20 de abril de 2014

 A vontade de Deus


     A chuva caiu forte. Todo o povoado comentava que era vontade de Deus.

  E, como de outras vezes já ocorrera, o enorme tronco de uma figueira se
 atravessou na estrada, despencando do morro, e deixou totalmente isolada 
aquela comunidade.
Pedras se deslocaram, rolando morro abaixo. A enxurrada varria as ruas, com violência.
Enquanto cada um lamentava e entrava em sua casa para racionar a comida para os próximos dias, o menino da casa de flores amarelas saiu em disparada para o meio do mato.
Não lhe importava a chuva que continuava caindo, embora menos intensa. Habitualmente, era ali, debaixo da copa das árvores, que ele dialogava com seu anjo, da mesma forma que o fazia, à noite, em suas orações, antes de dormir.
Meio sem jeito, Pedro perguntou o motivo daquela chuva, daquele tronco, tudo de novo, como de outras vezes passadas. Seus pais estavam cansados daquilo, seus amigos também.
Mas o anjo confirmou: Foi Deus mesmo quem mandou a chuva.
Aquilo incomodou o garoto. Ele saiu dali e foi em direção ao tronco. Atirou-se na lama e se pôs a empurrar a enorme figueira tombada.
Os mais velhos esbravejavam, cada um em sua porta. E diziam da inutilidade daquilo. O anjo ficou à frente do seu pupilo e o incentivou: Você consegue. Não pare. Continue.
Com os braços tremendo e as mãos arranhadas, alguns minutos depois, Pedro olhou para o lado. Todas as crianças da vila haviam se juntado a ele e empurravam.
Enquanto faziam força, riam dos seus escorregões, da lama em seus corpos, da cara suja. E brincavam, deixando que a chuva lhes lavasse as manchas da roupa. Empenhavam-se como irmãos.
Com o insucesso de retirar os filhos do tronco deitado, as mães e as avós resolveram participar da fantasia dos meninos. Logo, os homens se mobilizaram.
Largaram seus copos de café, que esquentavam seus corpos, e se colocaram à disposição do que consideravam uma causa perdida, uns em respeito às suas esposas, outros pelos seus filhos.
Depois de muito esforço, conseguiram deslocar a figueira para o lado. O caminho estava livre.
A seguir, providenciaram a retirada das grandes pedras do meio das ruas.
Aqueles momentos conectaram para sempre aquela gente. As faltas foram perdoadas, as desculpas foram aceitas.
Eram todos companheiros, empenhados num único propósito.
A discórdia deu lugar à união, o desespero à esperança, a tristeza à alegria, as trevas à luz e a dúvida à fé.
Finalmente, a comunidade havia entendido a vontade de Deus. Ele mandara a chuva, que desencadeara o episódio da derrubada da figueira e o deslocamento das grandes pedras.
Contudo, a união de todos, o esforço conjugado, resolvera a dificuldade.
Pedro descansava na lama, agora, enquanto sentia o afago de seus pais.
E todos haviam aprendido que o êxito é uma bênção de forças conjugadas da natureza, enquanto a força é ato, que significa compromisso no bem ou no mal, é a palavra que edifica ou destrói.
A oportunidade é a nossa porta de luz, no sagrado momento que passa.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo A vontade de Deus
e A figueira do caminho, da Revista Cultura Espírita, de janeiro.2014, do Instituto

de Cultura Espírita do Brasil, Rio de Janeiro; nos verbetes Êxito, Força e

Oportunidade, do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos, psicografia

de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 27.3.2014
18 de abril de 1857 ***** 18 de abril de 2014

157 ANOS DO LANÇAMENTO DE  "O LIVRO DOS  ESPÍRITOS"





CURIOSIDADES QUE EDIFICAM  
LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER 
RAMIRO GAMA


HUMILDADE OU SEM VERGONHA? 

O Chico,  num momento  de  distração,  em  que se sentia fisicamente desgastado,  pois já  havia  atendido  cerca  de  80  casos,  cada  qual  mais  doloroso,  como  sucede  diariamente,  foi  procurado por um irmão que o caceteou por mais de duas horas. O boníssimo Médium sentia-­se  experimentado  em  demasia. Tratava­-se  de  um  desses  casos  para  o  qual  o saudoso  Dr. Bezerra
receitara  prisão  em  vez  de  oração,  por  se  tratar  de  espíritos  abusadores.  E,  num  momento  de  descuido, deixou o importuno irmão falando sozinho, dizendo-­lhe: não me amole e até logo... Isto
foi  o  bastante  para  criar  um  desafeto  que  passou,  daí  em  diante,  a  não  corresponder  ao  seu  cumprimento.  O Chico sentiu o caso. Nunca fizera desafetos. Possuía, como possui, a sua estrada livre,  sem  inimigos.  E  procurou  resolvê ­lo  cristãmente.  E,  numa  tarde,  pondo  a  vergonha  de  lado  e  vestindo­-se  de  bastante  humildade,  procurou  o  inimigo.  E  esse,  atendendo  ao  Chico  e  à  sua
justificativa, saiu­-se com esta: Chico, você me procura por ser humilde ou sem vergonha?94 – Ramiro Gama  — Por ser sem vergonha...  — Ah! Então aceito o seu gesto de amizade, porque vejo que você é mesmo sincero... E tornaram­-se, de novo, bons amigos.




Males Encomendados



Por Richard Simonetti

1 - Na questão 551, de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta:“Pode um homem mau, com o auxílio de um mau Espírito que lhe seja dedicado, fazer mal ao seu próximo?” A resposta é surpreendente: “Não; Deus não o permitiria.” Não contraria os incontáveis casos de pessoas perseguidas por Espíritos que atendem à evocação maldosa de gente que pretende prejudicá-las?

Há muita fantasia em torno do assunto, envolvendo médiuns supostamente capazes de “contratar” tais Espíritos, supostamente dotados de poderes para prejudicar as vítimas. Se isso fosse tão simples estaríamos todos “fritos”, conforme a expressão popular, à mercê dessas influências. 

2 - No entanto, é comum nos depararmos com pessoas assustadas que foram informadas de que estão “amarradas” por artes desses “contratos”.

 É a maneira desonesta usada por gente especializada em impressionar os incautos. Há muita ingenuidade da parte dos consulentes e muita malandragem da parte dos supostos “médiuns”, amedrontando-os para mais facilmente tirar-lhes dinheiro.
       
3 - Não obstante, toda obsessão envolve influências espirituais. Sejam evocadas por médiuns ou tenham a iniciativa de Espíritos malfazejos, não produzem males na vítima?

Consideremos que um Espírito pode nos ocasionar embaraços, envolvendo as pessoas que nos rodeiam ou pressionando nosso psiquismo, mas só será capaz de nos molestar na intimidade da própria consciência se reagirmos de forma desajustada. Então, não é o mal que nos faça que nos afetará, mas o mal que asilarmos em reação à sua influência. Se eu conseguir manter a calma e o equilíbrio, sintonizado com o bem e a verdade, não serei atingido.

4 - Digamos que o Espírito obsidie uma mulher, induzindo- a ao adultério. Não estará fazendo mal ao seu marido?

O mal está com quem o pratica, no caso a esposa que cedeu à influência do Espírito, por guardar tendências compatíveis com o adultério. Vai responder por isso. Se o marido, revelando comportamento machista, agredi-la ou submetê-la à execração pública, então, sim, estará se envolvendo com o mal.

5 - De qualquer forma, haverá sofrimento para ele. Isso não é um mal?

Não podemos confundir com o mal o sofrimento decorrente de algum prejuízo moral ou material que nos façam. Ele está nos sentimentos negativos, no ódio, no rancor, no desejo de vingança…Se não os asilamos no coração, esse mal “periférico” nos fará crescer.

6 - Então o mal acaba se convertendo num bem?

Sem dúvida, mesmo o mal que façamos porquanto, contrariando as leis divinas, somos penalizados por nossa própria consciência que, mais cedo ou mais tarde, nos imporá sofrimentos depuradores, que nos converterão ao Bem.

7 - Por isso  Jesus recomendava o perdão?

Não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, perdão  incondicional, que tira o sofrimento maior, quando nos causam prejuízos, ajudando-nos a manter a própria integridade, sem nos deixarmos arrastar ao revide, este sim, o verdadeiro prejuízo, inspirado pelo mal em nós, quando não relevamos.

8 - Em resumo…

Nenhum Espírito nos induzirá ao mal, se cultivarmos o bem. Mesmo diante de prejuízos que nos cause, conservaremos a própria integridade, evitando os comprometimentos do desequilíbrio. Consideremos, ainda, a questão vibratória, quando assediados por Espíritos que venham por encomenda ou por iniciativa própria: não seremos afetados, desde que mantenhamos uma conduta reta, firma, baseada em princípios de fraternidade e respeito pelo próximo. Atendendo à lei de sintonia psíquica, nenhum Espírito mau nos envolverá se sempre encontrar o bem a reinar em nosso coração.

Revista Internacional de Espiritismo, Julho de 2004.
Depressões


Autor: Emmanuel (espírito) / psicografia de Chico Xavier

Se trazes o espírito agoniado por sensações depressivas, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar. 

Se alguém te ofendeu, desculpa. 

Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude . 

Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres. 

Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar. 

Trabalho é a lei do Universo. 

Disciplina é alicerce da educação. 

Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima. 

Incompreensões com relação a caminho e decisões que se adotem são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho. 

Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível. 

Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual. 

Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida. 

Conflitos íntimos marcam toda criatura que aspire a elevar-se. 

Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã. 

Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação. 

Compreendendo a realidade de toda a pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e, abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente. 






MARÇO
19/03 - Valquíria
21/03 - Ana Beatriz
21/03 - Iraci Geaquinto
28/03 - Neide