18 de maio de 2014

 Para viver melhor

As crianças são excelentes mestras. Espontâneas, confiantes, sem terem ainda ligado as antenas da autocrítica, elas nos concedem lições todos os dias.
Lições que nos levam a reflexionar o quanto perdemos em reais valores quando nos tornamos adultos excessivamente racionais.
A criança costuma colher muitos tesouros quando sai a passear. Ela junta raminhos, pedras, folhas de árvore. Mas, como deseja continuar a correr, brincar, subir em árvores, ela precisa guardar as suas preciosidades em lugar seguro.
É então que se aproxima da mãe, entrega-lhe tudo e pede: Guarde isto para mim.
Ela coloca as suas riquezas na mão de sua mãe, com a recomendação de que deve guardá-las em lugar seguro até a sua volta.
Ela sabe que com a mãe o tesouro estará seguro. Nenhuma preocupação ou medo toma conta dela. Por isso, despreocupada, ela volta a brincar até a exaustão.
*   *   *
Como seria confortável para nós se pudéssemos ser tão confiantes também, colocando nas mãos de Deus nossos tesouros.
Quantas preocupações nos atormentam as horas e tornam difíceis os dias.
Preocupações com a criança que está no berço.
Crescerá com saúde? Conseguiremos pagar-lhe os estudos? Viveremos para vê-la concluir a faculdade? Casar-se? Veremos nossos netos?
Preocupações com o emprego que estamos buscando há tanto tempo. Conseguiremos a vaga? Será que nos adaptaremos à nova função?
E a saúde? Conseguiremos recuperá-la? Dará certo o tratamento que estamos fazendo? Poderemos retornar às nossas atividades habituais?
O namorado continuará apaixonado por nós, enquanto estiver no Exterior, tão distante e com tantas belezas a descobrir, conhecendo pessoas interessantes?
Tantas incertezas que desembocam em atormentados dias e que nos tornam infelizes, ansiosos. Sempre preocupados, impedindo gozarmos de pequenas alegrias que, somadas, poderiam resultar em um saldo positivo de felicidade.
Tão bom seria se colocássemos nas mãos de Deus nossas esperanças, nossas necessidades e aqueles que amamos. Nossos tesouros.
Deixar tudo em Seus braços carinhosos e dizer, com o coração tranquilo: Guarde isso para mim, retornando às lutas com confiança, vivendo cada dia, com suas próprias dificuldades, exatamente como lecionou Jesus.
Isso nos evitaria o sofrimento antecipado de situações que imaginamos acontecerão e que quase nunca acontecem. Evitaria o sofrermos duas vezes: antes de acontecer o fato e quando ele ocorresse.
Assim, em qualquer circunstância, mantenhamos nossa confiança em Deus, que rege o Universo e guarda nossa vida.
Agradeçamos o que temos no corpo e na alma, utilizando-nos com sabedoria dos dons incomparáveis de que nos encontramos investidos.
Confiemos em Deus e prossigamos serenos, na nossa jornada de crescimento e ascensão.
*   *   *
A fé expressa uma confiança que transcende o juízo. Ela é para a alma o que o oxigênio significa para o corpo.
Fé e vida se confundem. A fé clareia. A vida sustenta. A fé vitaliza. A vida produz.
A fé não se dobra. A vida levanta.
Transforma homens comuns em gigantes e anônimos em heróis.
Ninguém vive sem fé.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Guarde isto para mim,
de autor desconhecido, do livro Histórias para o coração da mulher,
de Alice Gray, ed. United Press; no cap. 13, do livro 
de Alice Gray, ed. United Press; no cap. 13, do livro Florações evangélicas,
livro Florilégios espirituais, pelo Espírito Francisco do Monte Alverne,
ambos da psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 28.4.2014

ambos da psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 28.4.2014

pelo Espírito Joanna de Ângelis e no cap. Panegírico da fé, do
HUMORISMO MATERNO

Em 1931, “mandar alguém para o inferno” constituía grave ofensa.

E um dos missionários católicos que visitaram Pedro Leopoldo naquela
época, no zelo com que defendia a Igreja Romana, falou do púlpito que o
Chico, o Médium espírita que se desenvolvia na cidade, devia ir para o inferno.
Chico, que freqüentara a Igreja desde a infância, ficou muito chocado.
À noite, na reunião costumeira, aparece a progenitora desencarnada e,
reparando-lhe a inquietude, pergunta-lhe, bondosa o motivo da aflição que
trazia.
— Ah! estou muito triste, — disse o rapaz.
— Por que?
— Ora, o padre me xingou muito…
— Que tem isso? Cada pessoa fala daquilo que tem ou daquilo que sabe.
— Mas a senhora imagine — clamou o Chico — que ele me mandou para
o inferno…
O Espírito de Dona Maria sorriu e falou:
Ele mandou você para o inferno, mas você não vai. Fique na Terra
mesmo.
O Médium, ante o bom humor daquelas palavras, compreendeu que não
convinha dar ouvidos às condenações descabidas.
E o serviço da noite desdobrou-se em paz.
Lindos Casos de Chico Xavier. Ramiro Gama

O mundo precisa de mães!

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Vou começar a minha reflexão do dia das mães, sobre maternidade e maternagem, relembrando a minha própria mãe. Quando ela se foi, eu tinha 34 anos. Ela era uma grande parceira intelectual, uma mãe presentíssima. Compartilhávamos conversas, ideias, ideais, livros lidos, projetos a realizar. Apesar dessa ligação muito “cabeça” que tínhamos, quero lembrar de um fato aqui que me introduz no tema de hoje. Até um mês antes de ir para o hospital, onde faleceu dois meses depois, com câncer de pâncreas, ela diariamente arrumava minha cama. Não que fosse uma mãe essencialmente doméstica: fazíamos os serviços de casa em parceria, tínhamos uma pessoa que nos ajudava, a Maria, que depois veio a se tornar para mim uma segunda mãe. Minha mãe estudava, trabalhava, mas sabia que eu detestava arrumar a cama (coisa de que até hoje não gosto) e ela nunca falhava em me oferecer esse gesto de carinho diário.
Hoje tenho ouvido relatos de educadores e diretores, de escolas públicas e particulares, de crianças pequenas que chegam pela manhã na creche ou jardim da infância de período integral, com a mesma fralda com que foram para casa, no dia anterior.
Um documentário, como Muito além do peso (disponível gratuitamente no Youtube) mostra mães (e pais) totalmente impotentes e perplexos diante de filhos pequenos com hipertensão, diabetes, triglicérides e colesterol alto, por uma alimentação de nuggets, salgadinhos, batatas fritas e toneladas de açúcar… Crianças que não sabem o nome de nenhum legume e nenhuma fruta, que são viciadas em coca-cola e bolachas recheadas.
Esses são apenas algumas citações (cada uma das quais mereceria um artigo específico), para demonstrar como a nossa sociedade está negligente, incompetente e omissa em relação às crianças. E depois querem puni-las por desrespeito, querem reduzir a maioridade penal, querem impor limites e castigos…
O que está faltando hoje em muitos lares (de todas as classes sociais) é o que Winnicott chamou de “maternagem”, aqueles cuidados básicos, essenciais, necessários, que toda criança tem que receber. A criança, principalmente nos seus primeiros anos de vida, tem necessidade de total devotamento, cuidados plenos, amor incondicional. Depois desse primeiro período, que vai até pelo menos 2 anos, ela ainda precisa continuar a receber cuidados, ternura, presença atenta, embora já inicie seu processo de separação da mãe, de autonomia e de construção de sua identidade.
Embora a Psicologia nos ensine que se a maternagem não ceder à independência da criança no momento certo, o amor materno pode se tornar opressivo e prejudicial ao desenvolvimento do ser humano, ela também nos mostra que a negligência, o abandono e o não-preenchimento desses cuidados básicos, que incluem afetividade e acolhimento, colo e carinho, podem gerar lacunas psíquicas, que mais tarde poderão gerar graves distúrbios mentais.
O termo maternagem – que são esses cuidados maternos que toda mãe deveria dar, mas nem sempre dá, e que outra pessoa, que não seja a mãe, também pode oferecer – na Psicanálise, refere-se também aos cuidados que o terapeuta pode prestar ao seu paciente, de certa forma resgatando a maternagem que o indivíduo deveria ter recebido na infância.
Podemos ampliar ainda mais essa palavra e afirmar que todos nós em alguns momentos na vida, precisaremos de maternagem, mesmo quando já nos sentimos adultos e maduros. A nossa criança interna, carente e frágil, pode vir à tona e precisar de um colo materno e fraterno, para nos acalentar. Por outro lado, todos podemos também oferecer maternagem aos que estão à nossa volta, preocupando-nos com o bem-estar físico, psíquico e emocional do outro.

Quando a sociedade desnatura a mãe

A maternidade é um dado biológico, uma vinculação dada pela gestação, que pode continuar a se manifestar ou não em forma de maternagem. Uma mãe que abandona o filho não pratica a maternagem. Ela pode transferi-la para outra pessoa, no caso de uma adoção, ou emprestá-la ou ainda partilhá-la, no caso de entregar o filho a uma babá ou a uma creche (onde atualmente quase que se proíbe a maternagem, como se professoras de crianças pequenas tivessem de ser apenas “professoras”, quando toda criança pequena precisa o tempo todo de cuidados maternos). O pai também pode e até deve exercer a maternagem.
O que se dá é que em nossa sociedade, esfriada, individualista, competitiva, desumanizada, as pessoas estão desaprendendo de serem maternas. Porque todos devem ser “produtivos” no sentido econômico do termo. Não podemos nos dar ao luxo de cuidar de alguém, seja uma criança, seja um doente, seja um idoso. Temos todos, homens e mulheres, de trabalhar o tempo inteiro para “ganharmos a vida” e assim vamos perdendo a vida, esvaziando-a de carinho, de afeto e de cuidados mútuos.
Está certo que a Psicanálise desencantou as mães, mostrando-as como possíveis responsáveis por neuroses e psicoses, devido ao apego excessivo, ao devotamento doentio; é certo que a mulher saiu para o mercado de trabalho e não pode recuar da vida no mundo, dando sua contribuição para a sociedade; é certo que não podemos mais idealizar a mãe como sendo sempre um modelo de renúncia e abnegação – mas precisamos sim de sentimentos maternos para vivermos em sociedade de forma saudável, amorosa e plena.
Lembro aqui do amorosíssimo Francisco de Assis, que dizia aos seus companheiros, que eles se cuidassem mutuamente como mães… Lembro de Pestalozzi, o grande educador que tratou pela primeira vez da necessidade do afeto na educação e seus biógrafos reconheceram nele “um grande coração maternal”. Lembro de todas as mães, do decorrer dos milênios e ainda hoje, perdidas na multidão, que não saem nas matérias da Revista Veja, sobre executivas bem-sucedidas, que parecem mulheres despersonalizadas de seu estatuto feminino – lembro de todas as mulheres – dizia – que abriram caminhos para que seus filhos crescessem fortes, saudáveis e pessoas de bem, pelo amor com que se dedicaram a eles, pelo devotamento de sua presença… e lembro de minha mãe, que intelectualizada, parceira de livros e ideias, e que não suportava a idealização de uma “santa mãezinha”, não deixava de arrumar minha cama e de cuidar de nosso bem-estar psíquico e físico, de que, sabemos, as verdadeiras mães continuam a cuidar, mesmo do outro lado da vida…
O toque materno, a ternura, a preocupação com o outro é que arranca a vida da aridez e do vazio. Quem teve o privilégio de receber esses cuidados de sua mãe biológica, tanto melhor. Quem teve a sorte de ser “maternado” por outras pessoas, em sua infância, adolescência ou encontrar compensações maternas em suas relações atuais, ótimo. O que não podemos é passarmos a vida sem nenhum tipo de doçura materna, sem nenhum colo que nos aconchegue a alma.
Não é à toa que Maria, mãe de Jesus, é venerada em todos os cantos do planeta. Ela representa espiritualmente esse colo sagrado, acolhedor e pleno, no qual nos sentimos crianças de novo e seguros de uma proteção confortadora.
Mas também devemos ter consciência de que amadurecer, crescer, emancipar-se psiquicamente e espiritualmente, é sermos capazes por nossa vez de oferecer colos, de ofertar cuidados maternos e de sermos ternura no caminho de alguém.
Antonio Cesar Perri de Carvalho
 Uma década após Chico Xavier


Há dez anos, no dia 30 de junho, partia para o mundo espiritual o médium espírita Francisco Cândido Xavier. Com a idade de 92 anos, dos quais 75 anos dedicados a tarefas espíritas, Chico Xavier completou uma existência de dedicação ao bem.
Nas duas cidades em que residiu fundou centros espíritas e empreendeu inúmeras tarefas de assistência à população carente e ao diuturno atendimento espiritual às pessoas que o procuravam sedentas de consolo, esclarecimento e orientação espiritual, inclusive, milhares de famílias, carregando a dor da perda de familiares, dando origem às chamadas cartas familiares e centenas delas foram agrupadas em livros.
Pela sua psicografia -, Chico Xavier foi intermediário para a elaboração de 450 livros, sendo autores ou co-autores milhares de espíritos. Neste mês de julho transcorrem efemérides significativas relacionadas com a vida de Chico Xavier e com a história do Espiritismo. No dia 8 de julho completa-se os 85 anos da primeira psicografia do então jovem médium, pois contava apenas 17 anos de idade. No mesmo mês, transcorrem aniversários de lançamentos de duas importantes obras psicográficas: 80 anos da obra inaugural “Parnaso de Além Túmulo” e 70 anos do romance histórico “Paulo e Estêvão”. Este seu primeiro livro, poemas de conhecidos autores portugueses e brasileiros, suscitou manifestações favoráveis de membros da Academia Brasileira de Letras e da imprensa da época. O Conselho Espírita Internacional tem editado livros mediúnicos de Chico Xavier em sete idiomas.
A Federação Espírita Brasileira tem promovido o seminário alusivo à sua obra prima: “Os trabalhadores espíritas e os primeiros cristãos, à luz da obra Paulo e Estêvão“, pelo país e em sua sede.
A vida e obra de Chico Xavier tem sido transformada em filmes e uma nova película será lançada no dia 31 de agosto, em cinemas de todo o Brasil: “E A Vida Continua…” É baseado no livro de mesmo título, de autoria do Espírito André Luiz. Aliás, o livro citado já foi adaptado para novela – “A Viagem”, exibida duas vezes, pela antiga TV Tupi e pela TV Globo.
Chico Xavier, mesmo com toda a projeção de sua mediunidade e de sua obra, sempre se manteve simples, humilde, atencioso e desprendido. No ano de 1977, quando se comemorava os 50 anos de seus labores mediúnicos ele declarou em uma das entrevistas: “Sou sempre um Chico Xavier lutando para criar um Chico Xavier renovado em Jesus e, pelo que vejo, está muito longe de aparecer como espero e preciso…” (Perri de Carvalho, Chico Xavier – O homem e a obra. São Paulo: Ed. USE, 1997).
Uma década após sua desencarnação Chico Xavier é uma referência nacional, como exemplo de dedicação ao esclarecimento espiritual, ao bem e à paz.
Antonio Cesar Perri de Carvalho 
TOQUE DE FÉ 
Meimei 

...Escuta a esperança, no silêncio da própria alma a falar-te de futuro e de amor...

Ergue-te e caminha.
Enxuga as lágrimas e fita os Céus.
Deus que te sustentou até ontem, sustentará hoje e sempre.
A sombra vale para destacar a luz. Surge a dor para aumentar a alegria.
Se provações te feriram, esquece.
Se desenganos te amargaram a existência, não esmoreças.
Escuta a esperança, no silêncio da própria alma, a falar-te de futuro e de amor,
de beleza e eternidade e transforma a bênção das horas em riqueza de trabalho.
Olvida toda sombra, à procura de mais luz e perceberás que Deus está contigo,
em teu próprio coração, a estender-te os braços abertos.